quarta-feira, 12 de abril de 2017

Tipos e formas de memória


Há muitas classificações para memória: de acordo com a função, de acordo com o tempo que duram ou de acordo com o conteúdo.
De acordo com a função existe uma memória breve e fugaz que serve para gerenciar a realidade e determinar se vale a pena ou não fazer uma nova memória do fato em questão e se essa informação já consta nos arquivos, essa é a memória de trabalho. Serve para manter por alguns segundos, no máximo minutos, a informação que está sendo processada no momento. Essa memória não produz arquivos e é processada fundamentalmente pelo córtex pré-frontal. As possibilidades de que diante de uma situação nova ocorra ou não um aprendizado, estão determinadas pela memória de trabalho e suas conexões com outros sistemas mnemônicos.
De acordo com o conteúdo temos memórias declarativas ou procedurais. Memória declarativa é aquela que registra fatos, eventos, conhecimentos que podemos declarar e relatar como as adquirimos. Aquelas que dizem respeito a fatos que presenciamos ou eventos que assistimos denominam-se episódicas ou autobiográficas. As de conhecimentos gerais são chamadas semânticas. Memórias episódicas são todas autobiográficas, existem a medida que sabermos sua origem. Já nossos conhecimentos sobre Português, Psicologia, ou o perfume das flores, as ondas do mar, são memórias semânticas ou de índole geral.
Denominam-se memórias procedurais ou memórias de procedimentos aquelas memórias de habilidades ou capacidades motoras ou sensoriais que comumente chamamos de hábitos. Exemplos típicos são andar de bicicleta, nadar, soletrar, dirigir, etc. É difícil declarar tais memórias, para demonstrar que a temos devemos efetivamente andar de bicicleta, nadar, soletrar ou dirigir.
Podemos ainda dividir esses dois tipos de memória em implícitas e explícitas. Memórias de procedimentos e semânticas geralmente são adquiridas de maneira implícita, sem que o indivíduo perceba que efetivamente está aprendendo. As memórias adquiridas sem interferência do processo consciente, ou seja, automaticamente (como a língua materna, ou dirigir) são chamadas implícitas. As memórias adquiridas com plena intervenção da consciência são chamadas explícitas.
De acordo com o tempo que duram, as memórias explícitas podem durar segundos, meses, anos, dias ou décadas. Memórias implícitas geralmente duram a vida toda. Memórias declarativas de longa duração, ou memorias remotas, levam tempo para serem consolidadas, nas primeiras horas após a aquisição são lábeis e susceptíveis a interferências (como estressores, traumas, hormônios e drogas, ou até outras memórias) e isso pode afetar o grau de consolidação.
As memórias de curta duração, aquela que dura de uma a seis horas, justamente o tempo para que as memórias remotas se consolidem, são bastante resistentes a muitos dos agentes que afetam os mecanismos de consolidação. Este tipo de memória requer as mesmas estruturas nervosas que a de longa duração, mas envolve mecanismos próprios e distintos.
Nas amnésias ou perdas de memória costumam falhar primordialmente as memórias declarativas, episódicas e explícitas. Na maioria das síndromes amnésicas encontram-se preservadas a maioria das memórias precedurais e semânticas, com exceção das doenças de Alzheimer em fase terminal e Parkinson em estágios avançados. 


 Memória (Izquierdo, 2011) 

Nenhum comentário:

Postar um comentário