sábado, 16 de julho de 2016

O sorriso falso não engana mais...

Sabe aquele sorrisinho forçado que você teve que dar para aquela pessoa não tão querida? Ou aquele dia que você não estava muito no clima e teve que sorrir para uma foto com a família?
Pois é.. Você pode até achar que sabe,  mas o seu cérebro não sabe fingir sorrisos perfeitos.
A razão para isso é que as áreas cerebrais ativadas em um sorriso espontâneo são diferentes das áreas associadas ao falso sorriso.
Segundo estudos, a dificuldade de sorrir sem vontade verdadeira reside no fato de que o sorriso social é acionado por um "feixe piramidal", ou seja, um conjunto de prolongamentos de neurônios que tem início no córtex motor primário do cérebro  que controlam o movimento voluntário por meio dos nervos periféricos, desta forma, produzimos o conhecido como "sorriso piramidal" ou sorriso de cortesia.
O sorriso espontâneo, diferentemente, é produzido sem o controle voluntário pelo "cíngulo anterior", uma área mais interna do cérebro, sem passar pelo controle volitivo, sendo assim, esse sorriso não é tão fácil de reproduzir e representar.
A diferença no autor do sorriso é que os músculos ao redor da boca que movimentamos ao sorrir formando a característica de um U, podem facilmente serem movidos pelo controle voluntário não emocional, ou seja, o córtex motor. Já o sorriso sincero movimenta também a lateral dos olhos, os famosos pés de galinha, os quais não são estimulados com facilidade e são controlados por córtices límbicos (cíngulo anterior) e para isso não possuímos nenhuma via anatômica que exerça com perfeição o controle consciente sobre essa área.
Atores simulam emoções, ou melhor, expressões emocionais, com grande verossimilhança a partir de conhecimentos pormenorizados de como a expressão é percebida pelo observador externo. O fato de poucos conseguirem triunfar e se tornarem grandes atores é um sinal dos obstáculos que a fisiologia do cérebro lhes coloca.
Sendo assim, a carreira de atores e políticos depende desse arranjo simples e incômodo da neurofisiologia.
E aí?? Já consegue identificar qual dos dois sorrisos é o verdadeiro?

(Texto inspirado no livro O Erro de Descartes - Emoção, Razão e Cérebro Humano 
Antônio R. Damásio. )
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