quinta-feira, 21 de julho de 2016

Algumas dicas de como ajudar no desenvolvimento emocional das crianças

Tão importante quanto aprender matemática é o aprendizado de como lidar com as emoções.
                                                     
                O processo de desenvolvimento emocional envolve o aumento da capacidade de sentir, entender e diferenciar emoções, bem como autorregulá-las, para que a pessoa se torne adaptado ao ambiente social e atingir metas presentes e futuras. Escolher entre fazer a lição de casa ou assistir o desenho na televisão, comer um chocolate naquele momento ou esperar o almoço, gastar um dinheiro com um objeto de pouco valor ou juntar por mais tempo e poder comprar um objeto de maior valor e mais desejado... São decisões que se opõem, exigem o gerenciamento do conflito entre as escolhas disponíveis e se relacionam com a capacidade de controlar os impulsos para a gratificação imediata em benefício de uma escolha que é menos imediata e automática.  
Como vivemos em sociedade, entender nossas próprias emoções e as dos outros é extremamente importante e existe uma boa parte do cérebro dedicada a isso. Emoções básicas como Alegria e Medo, diferem de emoções morais como Vergonha, Culpa e Orgulho. Compreender e administrar as emoções morais exige uma internalização das normas e princípios compartilhados pela comunidade.
           É necessário também entender as emoções de outras pessoas (Empatia), atribuir estados mentais, ou saber interpretar o que o outro está pensando (Teoria da Mente) e não menos importante é saber regular suas próprias reações emocionais, tanto as positivas quanto as negativas. Imagine a seguinte situação, uma criança fica tão empolgada e entusiasmada com um passeio que haverá na escola, que não consegue dormir e se alimentar adequadamente no dia anterior e na hora do passeio não se sente bem devido à dificuldade de lidar com a ansiedade antes do evento tão esperado. Outra situação, uma criança adora jogar bola com os colegas, mas sempre que seu time perde ou sofre um gol ela se descontrola e não consegue lidar com frustração partindo para a agressividade.
                As funções executivas, que são habilidades envolvidas na regulação de todos os processos mentais superiores como os que envolvem linguagem, memória e raciocínio lógico, também está diretamente envolvida na resolução de problemas que envolvem emoções. Por exemplo, decidir entre comer ou não comer um pedaço de bolo e furar sua dieta, pode ser mais difícil que raciocinar se um número é par ou ímpar. A diferença é que o primeiro problema tem cunho emocional e o outro é neutro. Assim, alguns autores estabelecem a diferenciação entre os aspectos das funções executivas entre “frios” e “quentes” a depender se o processo é puramente cognitivo (frio) ou se tem um caráter afetivo (quente). Apesar de ambos os mecanismos envolverem as funções executivas e o Lobo Pré-Frontal, as vias e áreas relacionadas aos processos podem ser diferentes.
                O desenvolvimento adaptável das emoções está vinculado ao bem-estar da criança e as dificuldades com a regulação emocional está relacionada com perturbações de humor e problemas comportamentais. Assim, a capacidade de inibir comportamentos inadequados, nomear e reconhecer emoções, esperar sua vez, compreender o outro, bem como encontrar soluções alternativas para um problema, está amplamente ligado ao próprio amadurecimento biológico dos lobos frontais, no entanto, essas funções podem ser trabalhadas e desenvolvidas de maneira mais efetiva ao longo do desenvolvimento.  
Algumas dicas de como ajudar no desenvolvimento emocional das crianças:
-No momento de uma crise de raiva do pequeno, ajude-o a nomear a emoção que ele está sentindo, por exemplo: “Você está sentindo raiva, pois...” Insira perguntas “Como você poderá lidar com isso? ” “Como podemos resolver este problema? ”
-Em uma situação em que algum colega se machucou e ficou triste, ajude-o a compreender o sentimento do outro. Exemplo: diante da criança chorando nomeie a emoção (tristeza) e mostre como o colega pode tentar ajudar e solidarizar-se para diminuir o desconforto do amigo.
- Brincar com figuras de expressões faciais e pedir que a criança diga o nome da emoção expressada em cada uma das figuras e pedir para ela que lembre situações em que se sentiu como a expressão da ilustração.
- Contar historinhas com situações hipotéticas e pedir que a criança atribua o sentimento ao personagem diante da cena ilustrativa.
-Diante de um conflito entre duas ou mais crianças, leve-as a refletir como o outro se sentiu diante do seu comportamento. Ou até mesmo em uma situação problema com um adulto, reflita com a criança como ela acha que você se sentiu.




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Fontes Inspirativas:
Fragoso, Intervenção em Funções Executivas, compreensão e metacompreensão de leitura em crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, São Paulo, 2014;

http://www.enciclopedia-crianca.com/funcoes-executivas/segundo-especialistas/funcao-executiva-e-desenvolvimento-emocional

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