sexta-feira, 16 de setembro de 2016

              O Universo Psi: Psiquiatria e Psicologia. Por onde Seguir?
              


               Durante a história da humanidade o estudo acerca dos sofrimentos mentais passou por diversas fases e momentos em que o conceito de mente e cérebro foram tidos como interligados ou independentes. Hoje a maior parte da comunidade científica adota o conceito de que cada estado mental possui uma correspondência cerebral, isto é, sentimentos e emoções refletem diretamente na fisiologia e estrutura do cérebro.
                Porém, ao se estudar as doenças mentais, sabe-se que visualmente não há diferenças estruturais entre um cérebro de um deprimido e de um esquizofrênico, então, os estudiosos voltaram sua atenção para as alterações microscópicas, ou seja, bioquímicas. Desta forma, a psiquiatria moderna aparece com os tratamentos medicamentosos para as doenças mentais.
                A psicologia clínica, em contrapartida, desenvolve-se paralelamente com as ideias de Freud e a psicanálise, porém, notava-se que as técnicas disponíveis pouco serviam para as doenças mentais graves, desta forma, a utilidade da psicologia se dava para pessoas que estão situadas entre a sanidade mental e a doença psiquiátrica. Sendo assim, a psicologia se ocuparia dos casos “mais leves” e a psiquiatria dos casos graves, tratando-os com medicamentos.
                Contudo, nota-se que na prática esta divisão não é assim tão simples. É verdadeiro que mesmo os casos mais graves podem se beneficiar com a psicologia, bem como, casos mais leves podem ter algum auxílio da psiquiatria.
                No início, como vimos, enquanto a psiquiatria se ocupou do estudo científico da estrutura do cérebro, a psicologia em contrapartida achou que não se beneficiaria deste estudo e o que aconteceu foi que a psiquiatria foi tendo uma noção clara de que seu trabalho se dava a um nível físico, em um local concreto, o cérebro, e já o psicólogo tinha a ideia de trabalhar em um campo mais abstrato, a mente, o espírito, o emocional, a personalidade, o comportamento.
                O psiquiatra passou a achar que “tudo era cérebro”, e o psicólogo “esqueceu que o cérebro existia”. Essa visão foi prejudicial para as duas profissões e especialmente para os pacientes. Na prática não há uma distinção clara entre o paciente puramente psiquiátrico e o exclusivamente do psicólogo e, boa parte dos casos, seriam melhor compreendidos se estivessem sendo tratados pelos dois.
                A tendência é que assim cheguemos a um ponto de convergência, não existirão mais duas categorias distintas e intocáveis: mente e cérebro, existirão sim duas categorias, porém completamente interligadas.
                Fármacos e terapia passam a ser vistos então como diferentes mecanismos, instrumentos para se corrigir alterações mentais e biológicas. Cabe a nós descobrir para cada caso qual das duas técnicas é a mais efetiva. Os estudos mostram que, para a maioria dos transtornos, o que produz mais resultado é a associação de ambas.
                É raro um transtorno mental puramente biológico, visto que o ambiente tem primordial força para ou desencadear ou agravar a evolução de transtornos mentais que já estariam predispostos na genética individual. Ou seja, além dos genes, alguma coisa no meio influi no surgimento da doença. Por outro lado não existe também transtornos 100% psicológicos, pessoas diferentes passando pela mesma situação estressante terão reações diferentes, isto depende em parte dos seus genes, pois estes determinarão algumas características de suas personalidades. Ou seja, para se ter um problema psicológico é necessário predisposição.
                Em suma o que cada profissional da área de saúde mental não deve perder de vista é que essa estrada possui mão dupla, cérebro e mente, concreto e abstrato, são na verdade manifestações diferentes das mesmas coisas.

Fonte: Neuropsicofarmacologia (para o estudo de Psicologia)- Autor:Fernando César Oliveira Costa


quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Distúrbio do Processamento Auditivo Central


DPAC é referido como uma dificuldade no processamento de informação auditivas em uma ou mais habilidades auditivas, é representada por uma limitação da transmissão, análise, organização, transformação, elaboração, armazenamento e/ou recuperação e uso das informações de um evento acústico não atribuídos a uma perda auditiva ou déficit intelectual.
Frequentemente a criança com DPA (Distúrbio do Processamento Auditivo) apresenta dificuldade de compreender a linguagem falada, prestar atenção, distraibilidade excessiva, dificuldade de seguir comandos verbais complexos, inabilidade de localização sonora e dificuldade de aprendizagem.
Pode ser facilmente confundido ou vir em comorbidade com distúrbios de linguagem, Transtorno de Déficit de Atenção ou Síndrome de Asperger. Portanto, pode vir isolado ou associado a outras alterações corticais.
As principais queixas escolares acerca de crianças com DPA são: “vive distraído”, “está no mundo da lua”, “só ouve quando quer”, “não presta atenção”, “não consegue aprender”.
O funcionamento adequado do sistema auditivo central e periférico é fundamental para o desenvolvimento da linguagem oral e escrita. O DPAC é característico por afetar as vias centrais da audição, áreas cerebrais relacionadas às habilidades auditivas responsáveis pelos processos desde a detecção interpretação sonoras. Assim, a pessoa ouvirá claramente a fala mas terá dificuldades em interpretar a mensagem.
Características:
·         Dificuldade de ouvir com ruídos concorrentes. Uma conversa em local barulhento exige esforço.
·         Dificuldade de localizar de onde vem o som.
·         Problemas em seguir instruções.
·         Dificuldade de entender ritmo, ênfase e entonação.
·         Distraibilidade excessiva.
·         Problemas de leitura, escrita e linguagem.
·         Escuta sons mas tem dificuldades em entendê-los, armazená-los e localizá-los.
·         Há uma deficiência neurológica que prejudica a compreensão das informações.

Quem faz o diagnóstico?
O problema pode ser detectado por professores, psicopedagos, psicólogos ou neuropsicólogos, através de testes de discriminação auditiva e observação de fatores associados, contudo, a confirmação do diagnóstico é feita pelo profissional de fonoaudiologia através de exame específico. 


Fontes Inspirativas:
www.adapt.org.br- Conheça o DPAC

Carvalho, Novelli, Colleta-Santos; Fatores na infância e adolescência que podem influenciar o processamento auditivo: Uma revisão sistemática.  2015,vol17,n.5,pp15-1603 ISSN 1516-1846      
Fonte da Imagem:   http://www.nesf.com.br/artigos/artigo_disturbio_processamento_auditivo.php